«Interesses privados em escolas públicas
Empresa de Formação é acusada de má prática. Encarregados de educação acusam. Organização diz que não têm razão.
(…)
As queixas sucedem-se de norte a sul do País. Os encarregados de educação irrompem indignados pelos conselhos executivos das escolas, querendo anular contratos com a empresa Unicenter – Microglobo, Lda. Na Associação Portuguesa para a Defesa dos Consumidores (DECO), o nome Unicenter é sinónimo de reclamações. No livro amarelo da Internet há relatos de pais dizendo-se burlados pela empresa de formação que assume diferentes nomes, sempre com a marca Unicenter. Fernando Mota, presidente do Conselho Executivo da Escola Secundária, confrontado com a informação que chegou ao Correio de Pombal, confirma que no início deste ano mais do que um encarregado de educação se dirigiu à escola exigindo a anulação do contrato de 22 meses e que prevê o ensino de inglês pela quantia de 84 euros mensais. Por isso, o dirigente escolar garante não renovar o contrato com a Unicenter – Microglobo, Lda. à qual arrenda, há cerca de seis anos, duas salas para leccionar inglês aos sábados. E declara que “a escola nada tem a ver com os contratos elaborados entre a empresa e os pais dos estudantes”.
(…)
Fernando Mota assegura que “a Escola Secundária de Pombal não deu quaisquer dados à Microglobo” e que
apenas cedeu uma sala,
perto do bar dos alunos,
onde a empresa
fez a divulgação
dos cursos de inglês,
no início do ano lectivo.
Obtidos os dados dos alunos, começam os telefonemas aos pais, afiançando-lhes que os seus educandos foram seleccionados para frequentar um curso de inglês. A reunião com os pais é marcada, na escola, para o sábado seguinte. Os encarregados de educação são então confrontados com
um contrato
no valor total de 1889 euros
com direito a 84 aulas
ao longo de 21 meses
e a um certificado
passado por uma empresa
não reconhecida pelo
Ministério da Educação.
Alguns dos que assinaram o dito contrato dizem ter sido depois abordados pelo telefone para contraírem um empréstimo no valor total do acordo. Há encarregados de educação a falar de “aproveitamento abusivo “da confiança no estabelecimento de ensino para os incentivar a aceitar as condições de um contrato que os obriga ao pagamento mesmo que o filho desista das aulas. (…)»
Bernardo, Sandra: “Interesses privados em escolas públicas”. “O Correio de Pombal”. 2009-JUN-04, capa e pág. 5. Relativamente aos dados dos menores de idade, encontrei a seguinte informação útil no site do Projecto Dadus: «Os meus dados são pessoais»: «O Projecto DADUS foi desenvolvido pela Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD), no âmbito de um protocolo assinado em 2007 com o Ministério da Educação, através da Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular, para sensibilizar
os alunos para
as questões de
protecção de dados
e da privacidade
, promover uma utilização consciente das novas tecnologias e desenvolver a consciência cívica dos jovens.»
Existem nolivroamarelo.net várias reclamações e diversos testemunhos na forma de comentários, como se pode confirmar em:
Na página da Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) onde se pode verificar se as entidades formadoras são acreditadas, segundo informação actualizada a 04-06-2009, na linha 2560 consta a empresa Microglobo, Lda. porém os campos relativos à formação á distância e às áreas de formação estão em branco…